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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Senso comum


Há leis que embora não nos sejam impostas, todos nós partilhamos e queremos viver a todo o momento.

A mais básica de todas é a lei do "eu não quero sofrer".

Enquanto humanidade partilhamos esta premissa, não nos é imposta e não é nada que a nossa mãe tenha de nos ensinar. Muitas vezes aprendemos é da pior maneira.

Mas se enquanto crianças nos dizem que o fogo queima e magoa e mesmo assim vamos lá pôr a mão, temos um resultado da acção óbvio, queimamo-nos. Aposto que não vamos querer voltar a fazê-lo porque sofrimento não é coisa agradável. A não ser que nos esqueçamos do resultado (às vezes somos menos inteligentes do que deveríamos) e pumba, fazemos outra vez e surpresa das surpresas o resultado é o mesmo: queimamo-nos e magoa. (parece que com a idade vamos esquecendo mais facilmente estes ensinamentos básicos, ou não)

Em Sânscrito este valor básico é chamado de Ahimsa, ou a não-violência. Ahimsa é válido para aquilo que fazemos, para a maneira como falamos e até para aquilo que pensamos.
Por exemplo: durante a prática de yoga, estamos naquele momento em que achamos que podemos ir mais meio milimetro embora já estejamos a suar em bica de dor, isso é violência para connosco.
Outro exemplo: entalamos inadvertidamente o dedo na porta e o que sai? "Ca estúpida, como é que eu fiz isto?" (é também de senso comum que quando nos magoamos ou exaltamos comemos letras às palavras e "que" passa a "Ca").
Falar agressivamente connosco ou com os outros é violência, o auto-julgamento é outra forma de violência simplesmente porque nos causa sofrimento.

Então ahimsa é essa não violência em tudo o que fazemos e dizemos para os outros ou para nós. Requer uma mente consciente e em constante observação porque de inicio é um hábito que está instalado, mas aos poucos (que pode demorar momentos, uns aninhos ou até umas vidas) vamo-nos libertando e cada acção passa a ser um exercício de respeito por nós e como consequência natural uma vivência de respeito também pelos outros.

Em vez de olharmos e apontarmos o dedo porque nos magoaram, se calhar é mais proveitoso olharmos para dentro e percebermos onde é que não estamos em Ahimsa, e como o podemos fazer, porque afinal os outros e as atitudes dos outros estão fora do nosso controlo e essas não dão mesmo para mudar. (O tema da aceitação dará mais uns km de texto num próximo episódio ou revejam um dos posts anteriores acerca da aceitação)

Assim, a pergunta é só esta: aquilo que eu estou a fazer ou prestes a fazer vai-me causar sofrimento a mim ou a mais alguém?

Se é tão simples para quê complicar? Seja fisico, seja emocional, seja mental, viver em Ahimsa.

Namasté
Esta foi tirada ontem no Parque nas Caldas da Rainha. Primavera  no seu melhor

Love you all
Peace

PS: Muitas vezes e sem querermos causamos sofrimento aos outros, peço desde já desculpa a quem o fiz. Que tenha o discernimento e conhecimento necessários para viver de acordo com o dharma


1 comentário:

Ina disse...

Como sempre palavras sábias minha amiga! :) Namasté

P.S. A mim nunca me magoas-te! fica tranquila... bji grd