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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ah.. Então é por isso!

Como boa mente inquieta e inquisitória que tenho, passei algum tempo a perguntar-me o porquê de fazer meditação e yoga. Se a minha personalidade continua cá (e ainda bem), se continuo a ter momentos em que ponho tudo em causa, por que RAIO é que continuo a praticar?

Pois é, estes momentos são reais e ainda bem que existem...

E como para cada pergunta, existe uma resposta, eu também tive a minha. Bastou ouvir

Num destes fins-de-semana, aconteceram uma série de contratempos daqueles que tiram a paz a qualquer santo. Em 48h tive direito a carro multado e em cima do reboque pronto a sair, no meio de uma cidade que não é a minha e a horas menos próprias, falha do GPS numa altura bem crucial. No dia seguinte: carro sem bateria e atrasada para o meu curso maravilhoso. Para terminar a cereja no topo do bolo: a polícia a mandar-me parar por razões com muita culpa minha.

Uma série de mini desafios que me responderam à pergunta que me andava a martelar a cabeça: tudo passou. Depois de passar por cada uma delas deu para desligar automaticamente e dormir um sono descansado ou aproveitar o maravilhoso dia de sol enquanto esperava pelos cabos para regarregar a bateria, ou até pelo maravilhoso presente de Natal que tive do simpático senhor Polícia que me deixou passar aquela infracção.

Ah... Então é por isso! Porque há sempre um lado bom no meio de todas as adversidades, porque tudo está na mais perfeita ordem, mesmo que não seja como eu quero e porque tudo passa e a mente deixa de me levar em espirais negativistas.

Ah... Então é por isso! Deixar de ser escravo da mente é a solução! Conhecer a nossa verdadeira natureza dá trabalho, exige observação e auto-análise constantes, mas no fim compensa cada momento de dedicação à prática.

Agora entendo e agradeço por esta explicação tão boa que me foi dada. Basta ouvir

Love you

PS: E um obrigada ao Ganesha que vai ajundando a superar estes obstáculos sejam eles maiores ou pequeninos como estes.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Já temos tudo

Uma vida estagnada, vivido em modo de sobrevivência, para pagar contas e ver televisão não deve ser nada fácil (também conhecida como o modo zombie)... Tenho a "sorte" de não ter de viver a vida assim...

Achamos que viver com entusiasmo e motivação só funciona com desafios novos, com a exploração de conceitos que estão fora da nossa zona de conforto, e com novas visões do mundo.

Quando as fazemos todas percebemos que são limitadas. Que o bem estar que nos trazem acaba e lá vamos nós buscar outra.

Para quem tem esta inquietude na alma aqui vão algumas ideias limitadas e uma última para as equilibrar

1- Ler


Insere-se na categoria das novas visões do mundo. Transporta-nos para uma realidade diferente da nossa e pode muito bem mudar a nossa realidade com a aprendizagem que quisermos retirar dessas leituras

2- Viajar


Aqui não temos de ter fundo de maneio para ir até ao outro lado do mundo. Basta irmos onde nunca fomos, e muitas vezes há sitios bem perto para explorar e ver com novos olhos.

3- Workshops e cursos


Nada mais fácil, há tanta oferta de coisas que podemos fazer. Desde cake design, a tricot, a filosofia ou dança, aulas de música ou karaté, vale tudo quando queremos alimentar a alma com algo novo.

4- Aprender com cada experiência


O nosso dia-a-dia é cheio de desafios e temos até a escolha de os transformar em aprendizagens. Essa é A forma de evoluir, aprender a cada momento como melhorar com aquilo que a vida nos oferece.



5- Não precisas de nenhuma das anteriores


Todas estas "experiências" são óptimas, mas convém termos o verdadeiro conhecimento porque nada disto nos vai satisfazer de forma permanente se não soubermos o verdadeiro segredo da questão: Já somos completos e tudo aquilo que precisamos de ser. Nunca vai haver experiência ou pessoa que nos possa completar de forma permanente, porque já somos tudo o que precisamos de ser.

Com este conhecimento podemos ler, viajar, e aprender de forma completa e aí vivemos realmente de forma plena e em consciência


A solução é aprender

E rir... MUITO

Love you

Mafalda


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Julgamentos e afins



Este fim de semana fui fazer um workshop com uma daquelas professoras rock star. Estava em modo excitamento por poder aprender algumas posturas mais "avançadas" e por levar um banhinho de ar fresco na cabeça.


E lá cheguei eu, bem antes da hora e coloquei o tapete na sala no sitio que me parecia perfeito e sentei-me. E olhei à minha volta... E comecei a passar-me... Todos os que iam chegando tinham as calças de última geração e nada baratas do yoga (lululemons e afins), berrinhos histéricos de contentamento e começo a ver a minha vida a andar para trás.

O alien começa a tomar conta e lá estou eu a coçar a cara, irritada comigo por estar naquele lugar onde a marca das calças era rainha e os Egos corriam soltos e livres em vez dos valores que eu tanto ando a tentar praticar...


E pronto! Aquela Mafalda que eu gosto pouco estava completamente à solta (faz-me sempre lembrar os filmes sobre os liceus americanos, com o pessoal cool e os nerds)...
A insatisfação a aumentar, a irritação a subir à cabeça, e a pergunta do costume, o que é que eu estou a fazer aqui? Isto já não tem nada a ver comigo... Aguentar um dia inteiro disto?



E a vozinha lá atrás começou, primeiro quase que não a ouvia, depois não a queria ouvir porque o Ego estava a tomar conta e depois finalmente escolhi ouvir: estás aqui porque uma parte de ti é assim... Estás aqui porque tens alguma coisa a aprender aqui... Estás aqui porque é o sítio certo e a altura certa para estar!

E pronto: o Alien foi à vida dele, desisti de julgar os outros e a maneira como praticam Yoga, virei-me para dentro e foi um dia maravilhoso onde mais uma vez aprendi e estive presente

Melhor é impossivel

Ultrapassamos o julgamento, ultrapassamos o ego, aceitamos as condições actuais e o céu limpa e estamos simplesmente lá

Ouvi dizer que é sempre a aprender! E não é que têm razão?


Love you

Mafalda

PS: Posturas "avançadas" não são aquelas bonitas para as fotos. Basta estarmos de pé com consciência da nossa verdadeira natureza.. Bem mais "avançado" que um Eka Pada Galavasana

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Yoga no tapete e fora

Manter uma prática de yoga diária não é fácil. Exige disciplina e muita determinação. Mas yoga não é só a prática de ásana (posturas fisicas) que fazemos no tapete dentro de uma sala compostinha ou ao ar livre num dia bonito. Aí é a parte fácil.

A prática de yoga extende-se a cada minuto da nossa vida. A não-violência, ou viver em verdade, ou manter a disciplina são valores a viver no dia-a-dia. E aí é que a coisa vai ficando mais dificil (pelo menos falo por mim).

Quanto mais purificamos o corpo e a mente através das nossas acções coerentes, mais clarificamos o caos mental do dia-a-dia. É como se uma neblina se fosse levantado e começamos a ver tudo com mais clareza.



Aí está a verdadeira beleza da prática. A paz chega porque existe esta coerência entre o que pensamos e a maneira como agimos e vivemos.

Assim, quando virem esta falta de coerência em vocês ou nos outros, em vez de julgar entendemos que a única pessoa prejudicada nisto é quem o faz. Assumimos essa responsabilidade e fazemos melhor para a próxima.

No tapete iniciamos a prática de Yoga, na vida temos o desafio extra que precisamos para consolidar essa prática.

Que tenhamos sempre este discernimento a cada momento da nossa vida.

Namasté

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Abandonar ou persistir?

Em situações de conflito não é fácil perceber se é hora de abandonar um projecto (e quem lhe chama projecto pode facilmente chamar-lhe relacionamento ou amizade).

Quando a cabeça está quente e existe um conflito há duas coisas que devemos considerar: o projecto em si e as pessoas que fazem parte dele. O que fazer: fugir porque já não conseguimos mais lidar com alguém com quem simplesmente não ligamos e que nos provoca sofrimento ou levar o "projecto" em frente porque este "detalhe" é menos importante que a causa em si?

Abandonar ou persistir?

Para os teimosos deste mundo, muitas vezes persistimos porque sim e porque não vamos dar o braço a torcer ou porque vamos ganhar este braço de ferro só para provarmos que somos mais fortes. Aí está o Ego! Esse "amigo" que nos tolda a visão e nos leva a tomarmos decisões cegas. Quanto a mim, sei que este "amigo" já me levou a muitos erros.

Abandonar só porque há um obstáculo, ou uma dificuldade também nos turva a visão de quem somos. Permitir que outros nos façam desistir de algo que amamos é uma péssima opção de vida, que nos vai auto-destruindo aos poucos.

Então como é que entendemos esta linha tão ténue entre aquilo que vale a pena levar em frente ou aquilo que está na hora de abandonar?

Primeiro, SLEEP ON IT. A almofada é uma boa conselheira, e irmos a correr fazer queixinhas aos outros acerca dos nossos obstáculos pode ser uma má opção. Em vez disso, digiram as emoções e as situações. Dormimos uma noite (ou duas ou mais) sobre o assunto e deixamos a poeira assentar de maneira a vermos mais claramente a situação.

Segundo, o que é que realmente interessa? Qual o meu objectivo no que estou a fazer? O que me interessa é o projecto em si? Vou permitir que este conflito me afaste deste objectivo? O que faço é de coração?

Terceiro, estamos ou lemos quem nos possa inspirar! Aqui só as palavras sábias do Swami Dayananda me salvaram. "Dar aos outros a liberdade de ser quem são", respeitar que  todos temos histórias diferentes e as decisões que os outros tomam são baseadas nas suas experiências e nós devemos aos outros essa aceitação e esse entendimento. (Até podemos repetir em forma de meditação, eu dou-te a liberdade de seres quem és).  

Avançamos porque o coração é maior que os obstáculos. Abandonamos se o Ego for a razão para avançar.

Quanto às situações de conflito e de perder a cabeça, perdoamo-nos por não nos termos lembrado de dar essa liberdade ao outro. Still working on it!

Namasté

Love you

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Volto a insistir: Ahimsa

Voltemos ao básico Ahimsa. Não violência

Não violência no que dizemos, no que fazemos.

Tanta coisa não aconteceria se ahimsa fosse o principio básico de todos. 
Como se podem dizer religiosos se ferem, batem ou matam? 
Incrivel como o espirito de grupo tolda as ideias de todos e passam a deixar de pensar por si.

Provavelmente já todos ouvimos que violência gera violência, alguém tem de acabar este ciclo.

A única sugestão possivel é que cada um de nós termine com esse ciclo. Este é o único caminho para que cada um encontre a sua própria paz.

Voltemos sempre ao básico e a cada momento pratiquemos ahimsa. 


Bom fim de semana

PS: Embora já tenhamos falado sobre este tema, nada me parece tão actual como Ahimsa.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Aliens vs nós próprios

O que é que mudou?

Há momentos em que temos pequenos aliens a crescer cá dentro. Como qualquer boa invasão alienígena a raiva chega e toma conta de tudo. Deixamos de raciocinar e cegamos. Dizemos o que não devemos e muitas vezes até o que não queremos.

"Fogo, logo agora que achava que isto já estava resolvido". Depois vem a culpa (pelo menos em mim vem). Vêm as questões: "Agora que sou mais velha e sábia isto não deveria de ter já passado?" ou "Mas com tanto auto-estudo e meditação o alien não deveria ter ido azucrinar para outro lado?"

Parece que não, parece que faz e vai sempre fazer parte da nossa condição de seres humanos. Na realidade o que todos queremos é ser felizes, e libertarmo-nos de qualquer forma de sofrimento. Mas com tanta gente diferente neste mundo as felicidades de uns e outros podem chocar e causar sofrimento. Só isso. Um entendimento simples e que pelo menos envia a minha "criatura" para o seu lugar: bem longe daqui. Pode ser que funcione para mais alguém

O que é que mudou?

O entendimento deste processo, passamos a entender e a lidar com "aquilo" mais rápido. Vamos aprendendo a não guardar, não fugir daquilo que tem de ser enfrentado (entenda-se nós próprios) e fazer com que estes sentimentos se transformem em compreensão e a paz volte a reinar cá dentro.


Love you

Mafalda

terça-feira, 16 de abril de 2013

Único e incomparável



Quem pratica yoga sabe que houve sempre uma vez (ou se calhar todas) onde tivemos tendência a olhar para o tapete do lado e ficarmos ou maravilhados ou estarrecidos com o vizinho do lado. Ou é muito melhor que nós ou não consegue fazer o que nós acabámos de fazer. Disto é que o Ego gosta. As comparações ajudam praticamente nada à nossa vida.




Primeiro, o corpo de um não tem nada a haver com o corpo de outro. Factores como a idade, a genética, o género, a força ou a flexibilidade fazem de nós seres humanos diferentes e essa diferença é para ser celebrada.

Segundo, a prática de yoga não é um exercício físico para chegar com as mãos a lado nenhum, é sim uma maneira de mantermos o corpo saudável (caso nunca tenham reparado as lesões não ajudam o corpo a ficar mais saudável, embora possam ajudar como aprendizagem futura), a mente focada e serve acima de tudo como laboratório de experiências para o nosso dia a dia.

Terceiro, a prática é para nos observarmos, tal como a nossa vida é para sermos nós a viver.

Passarmos a vida em comparações absurdas só nos vai fazer distrair e afastar daquilo que é o nosso caminho. Não somos mais, nem menos do que ninguém, somos todos diferentes nos gostos, nas aversões, e cada um de nós é único e incomparável. 

Único e incomparável.


Namasté

Mafalda Sousa


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Everywhere she looked...



Ontem fui abençoada com uma ida à praia, ontem estava bom tempo e o sol brilhava no mar tipo prata. Lindo de morrer. Ontem apercebi-me mais uma vez da sorte que tenho.

Quando tudo é bonito e o dia é perfeito, torna-se mais fácil sentirmos que fazemos parte do todo, e cresce em nós aquela sensação de gratidão por podermos viver com esse conhecimento.

O desafio é também entendermos que quando chove continuamos a ser um. Que na realidade nunca estamos nem sozinhos, nem isolados. Que se chove, a água vem em abundância, e com a água vem sempre vida e movimento.

Da ilusão de solidão nasce tanta acção que sem ser certa ou errada, vai gerar um qualquer resultado que achamos aleatório ou até punitivo.

Quando as acções que fazemos partem do conhecimento de que tudo é um, e que estamos cá todos para o mesmo, então o resultado de cada acção é uma benção, esteja ou não de acordo com as nossas expectativas.

Assim viver nesta apreciação, gratidão e consciência torna-se uma escolha que fazemos a cada momento. Faça chuva ou faça sol, a escolha é sempre nossa. E que melhor maneira de nos lembrarmos disto do que pôr o pé na natureza?

Mergulhem, passeiem, cheirem uma flor, o que quer que vos volte a relembrar que estamos cheios de vida e somos todos parte do mesmo.



Namasté

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Senso comum


Há leis que embora não nos sejam impostas, todos nós partilhamos e queremos viver a todo o momento.

A mais básica de todas é a lei do "eu não quero sofrer".

Enquanto humanidade partilhamos esta premissa, não nos é imposta e não é nada que a nossa mãe tenha de nos ensinar. Muitas vezes aprendemos é da pior maneira.

Mas se enquanto crianças nos dizem que o fogo queima e magoa e mesmo assim vamos lá pôr a mão, temos um resultado da acção óbvio, queimamo-nos. Aposto que não vamos querer voltar a fazê-lo porque sofrimento não é coisa agradável. A não ser que nos esqueçamos do resultado (às vezes somos menos inteligentes do que deveríamos) e pumba, fazemos outra vez e surpresa das surpresas o resultado é o mesmo: queimamo-nos e magoa. (parece que com a idade vamos esquecendo mais facilmente estes ensinamentos básicos, ou não)

Em Sânscrito este valor básico é chamado de Ahimsa, ou a não-violência. Ahimsa é válido para aquilo que fazemos, para a maneira como falamos e até para aquilo que pensamos.
Por exemplo: durante a prática de yoga, estamos naquele momento em que achamos que podemos ir mais meio milimetro embora já estejamos a suar em bica de dor, isso é violência para connosco.
Outro exemplo: entalamos inadvertidamente o dedo na porta e o que sai? "Ca estúpida, como é que eu fiz isto?" (é também de senso comum que quando nos magoamos ou exaltamos comemos letras às palavras e "que" passa a "Ca").
Falar agressivamente connosco ou com os outros é violência, o auto-julgamento é outra forma de violência simplesmente porque nos causa sofrimento.

Então ahimsa é essa não violência em tudo o que fazemos e dizemos para os outros ou para nós. Requer uma mente consciente e em constante observação porque de inicio é um hábito que está instalado, mas aos poucos (que pode demorar momentos, uns aninhos ou até umas vidas) vamo-nos libertando e cada acção passa a ser um exercício de respeito por nós e como consequência natural uma vivência de respeito também pelos outros.

Em vez de olharmos e apontarmos o dedo porque nos magoaram, se calhar é mais proveitoso olharmos para dentro e percebermos onde é que não estamos em Ahimsa, e como o podemos fazer, porque afinal os outros e as atitudes dos outros estão fora do nosso controlo e essas não dão mesmo para mudar. (O tema da aceitação dará mais uns km de texto num próximo episódio ou revejam um dos posts anteriores acerca da aceitação)

Assim, a pergunta é só esta: aquilo que eu estou a fazer ou prestes a fazer vai-me causar sofrimento a mim ou a mais alguém?

Se é tão simples para quê complicar? Seja fisico, seja emocional, seja mental, viver em Ahimsa.

Namasté
Esta foi tirada ontem no Parque nas Caldas da Rainha. Primavera  no seu melhor

Love you all
Peace

PS: Muitas vezes e sem querermos causamos sofrimento aos outros, peço desde já desculpa a quem o fiz. Que tenha o discernimento e conhecimento necessários para viver de acordo com o dharma


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Um banho de realidade

Durante muito tempo procurei alguma coisa. Sabia que faltava algo, só não sabia bem o quê. Isso dava-me uma inquietude, uma ansiedade e uma angústia que me parece que alguns de vocês também se podem identificar. Está lá um espaço vazio e fazemos experiências para o preencher com tudo o que encontramos. Uma insegurança latente.

E o que queremos é libertarmo-nos dessa insegurança. O problema está em procurarmos a segurança em coisas que por si só já são inseguras e efémeras, como pessoas ou experiências. 

E podemos viver nisto a vida toda. Há quem consiga enterrar estes sentimentos tão lá no fundo que consegue viver o dia-a-dia como se nada fosse. 

Pessoalmente, passei por essa fase, depois passei pela outra de mandar tudo ao ar. E que fase libertadora foi essa! Foi absolutamente necessário na minha vida e voltaria a fazer tudo na mesma. Tive de passar por isso para fazer as mudanças e construir a vida que realmente queria construir, mas nem isso era necessário, porque embora tenha melhorado o vazio, especialmente a nível profissional onde finalmente me senti realizada, talvez a liberdade da insegurança não fosse o mais importante. Até porque foi essa insegurança e insatisfação que me fizeram andar para a frente. 


O Swami Dayananda fez-me entender o essencial, o que preenche esse vazio não são as mudanças consecutivas de factores externos, nem muito menos preencher os vazios com pessoas ou coisas e fazer uma vida perfeita cheia de corações e felicidade (embora também façam parte e ainda bem), o que eu quero é conhecimento. O que me traz paz é eu conhecer a realidade tal como ela é, é perceber como o mundo funciona, como a minha mente funciona e assim a cada dia trabalhar para Moksha a libertação, que acontece não como que por magia onde tudo passa a ser um conto de fadas, mas como se fosse uma limpeza da nebulosidade que nos impede de nos compreender a realidade daquilo que já somos. 

Esse discernimento (Viveka) leva-nos a perceber o que é real do que é irreal, o que é permanente do que é impermanente e faz as coisas parecerem mais claras e menos difusas.

Meus amigos, que benção que é este banhinho de realidade.

Namasté

terça-feira, 12 de março de 2013

Detox time

Final de Inverno e Primavera a chegar pede mais uma desintoxicação. Pelo menos o meu sistema imunitário estava a precisar de uns shots nutritivos. Material necessário? Varinha mágica ou qualquer coisa que triture bem trituradinho toda a comida cheia de vida que aí vem.

Smoothie #1

Este uso mais como extra de refeição. Também se pode fazer e ir bebendo ao longo do dia

1 talo de aipo
1 beterraba cozida sem pele
1 ramo pequeno salsa
sumo de cenoura
1 maçã
1 pepino


Juntar tudo num copo e triturar até ficar liquido!!
Sabe maravilhosamente e dá anos de vida

Smoothie #2


Este é o pequeno almoço dos fortes. Cheio de vitaminas para começar o dia

10 (cerca de) mirtilhos
2 kiwis
1 banana
1 maçã
Água de coco ou água normal ou leite de soja
(opcional) Muesli ou cereais 

Agora a parte complicada.. Juntar tudo e triturar!!
Um luxo!!!!


Namasté

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sobremesa cheia de vida de domingo à tarde

A qualidade nutricional daquilo que ingerimos é tão ou mais importante do que as calorias ou as "supostas alimentações saudáveis e artificiais"

Inverno, domingo à tarde,e é dia de lanche ajantarado. E hoje tendo em conta que não podia utilizar o forno, que não queria  ferver os ingredientes para que não perdessem o prana deles, e tendo ainda em conta que não ia ao supermercado, decidi-me por uma tarte de maçã diferente.


Ficou muito boa mesmo, para primeira experiência inventada:

 Para a base:
     1 chávena de aveia
     2 cs de sementes de linhaça
     3 cs de passas
     1 cs de chia
     3 cs de mel ou agave
     1 cs de canela

Juntar os ingredientes num tacho e aquecer a lume muito muito brando, só o necessário para derreter o mel e ligar os restantes ingredientes. Colocar numa forma de silicone e levar ao frigorífico.


Para o recheio:
     4 maçãs
     2 cs de canela  
     1 cs de açúcar amarelo

Juntar 2 cs de água às maçãs num tacho e levar a lume brando, com a canela. Passados 5 minutos adicionar o açúcar amarelo e deixar no lume até a maçã ficar macia.

Namasté


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mais uma volta, mais uma viagem!!


Sem mais demoras passo a explicar, quando fazemos alguma coisa temos sempre uma expectativa, mesmo nas acções mais altruístas, no minimo esperamos o melhor para os outros. Nós planeamos fazer e a mente já projectou uma série de cenários mais ou menos felizes, que no fundo são só isso, uma projecção da mente.

 A desilusão é isso mesmo, uma projecção que não foi ao encontro da nossa melhor expectativa. Depois temos o oposto, tudo a correr como queremos e esperamos. Que alegria não é?! 

Ficar preso nesta dualidade é tão pouquinho que até dói e nós somos tão mais do que isso. 

O que aprendi até agora? O medo vai fazer parte da equação (até eu reconhecer Moksha, a libertação, à séria), a opção que temos é a de reconhecer que há coisas que são mesmo só da mente e que a mente é uma parte muito limitada do que nós somos na realidade.

A escolha de seguir em frente há-de ser sempre nossa, tal como é a parte de nós que escolhemos ouvir!!
Escolher viver em consciência é uma decisão que tomamos a cada momento.



Namasté 
PS: Obrigada por me teres lembrado

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Manter o foco

Uma das coisas que mais faz sentido para mim na prática de yoga é o uso que fazemos das nossas capacidades físicas para criar uma ligação com a mente. O que é verdade no corpo pode ser apreendido para a mente e como aprendizagem para viver a vida. Não há laboratório de experiências como o tapete de yoga. O Físico torna-se o ponto de partida para a real aprendizagem de nós.

Drishti é olhar focado e é mais um meio para desenvolver a concentração.

Há dias em que a prática é dificil, em que quando estou em Adho Mucka Svanasana (ver figura 4) olho para os pés, para as unhas, para o tapete do lado, em resumo a minha mente está por todo o lado. Quando praticamos Drishti e mantemos os olhos focados num ponto a mente vai rapidamente ao sítio e torna-se também ela mais focada.

É como quando na vida temos um objectivo, quando sabemos a nossa prioridade e mantemos o foco nela, as coisas vão acontecendo nessa direcção. Se as prioridades vão mudando então o caminho é em ziguezagues e muitas vezes sem rumo nem direcção. A vida é para ser vivida e para aprender a aceitar o que nos aparece, mas a prioridade e o foco têm de estar lá. 



Assim, aqui vai uma lista de asana e drishti para quem quiser levar a prática a um nivel diferente ou só para relembrar.


Bhru Madhya Drishti- Espaço entre as sobrancelhas (centro da visão interior ou ajña chakra) como em Upavista Konasana II

Upavista Konasana II
Nasagrai Drishti- a ponta do nariz (ou agochari mudra) como em Chaturanga Dandasana
Chaturanga Dandasana


Nabi Chakra Drishti - o umbigo como em Adho Mucka Svanasana
Adho Mucka Svanasana

Angushta ma dyai Drishti- Polegares como em Urdhva Tadasana

Hastagrai Drishti- a mão como em Utthita Parsvasahita 
Utthita Parsvasahita

Parsva Drishti - para o lado direito ou esquerdo como em  Utthita Trikonasana

Utthita Trikonasana
Urdhva - para cima e em direcção ao céu


Padhayoragrai - os dedos dos pés como em Navasana

Navasana
Informação retirada do livro The practical Encyclopedia of Ashtanga Yoga and Meditation by Jean Hall and Doriel Hall. Tem ilustrações muito boas e recomendo.


Namasté

Love you all


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Faz como a água

Um dos ensinamentos que mais me ajudou foi o "Faz como a água". Quando uma pedra, está no caminho, tomamos consciência dela e seguimos, vamos com a corrente.


Se nos sentirmos a estagnar relembramos que a água estagnada (além de cheirar terrivelmente) é propícia a doenças e, mais cedo ou mais tarde encontra uma maneira de se libertar: ou evapora, ou é absorvida, ou simplesmente transborda de tanta força que o caudal tem.

Sendo assim só temos mesmo uma opção, deixar ir, aceitar que há coisas contra as quais não vale a pena lutar, e relembrar que a única pessoa que é possível mudar somos nós. Com os outros podemos discordar mas para bem da nossa sanidade mental escolhemos aceitar.
Até porque quando a corrente é forte demais, ou lutamos contra a corrente e deixamos que a frustração se instale ou simplesmente navegamos e aproveitamos essa força para nos levar onde queremos e sonhamos ir.

Faz como a água e deixa-te ir

Namasté




quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Inspiração

Há pessoas que me inspiram todos os dias: família ou amigos que por uma razão ou outra nos fazem ser melhores e querer dar mais, professores incríveis que me ensinam quem eu já sou, alunos com a uma dedicação apaixonante, e tantos anónimos na rua que todos os dias me mostram a realidade.

Mantermo-nos inspirados e motivados é fundamental quando queremos cumprir a nossa missão. Todos os dias pratico yoga, faço o meu estudo diário Svādhyāya e quanto mais o faço, desculpem-me o egocentrismo mas mais fico apaixonada por tudo isto!

Quanto mais consciência potenciamos na nossa vida, mais inspiração vem, e no fundo considerando que todos somos consciência este tem de ser o nosso caminho.

Não nos deixemos aprisionar pelas nossas limitadas faculdades mentais ou fisicas, e muitos menos pelas limitações dos sentidos.
Tentemos relembrar a cada instante da imensidão e plenitude que já somos. Assim e como infelizmente isto ainda vai e vem e não se tornou permanente (o que por outras palavras quer dizer "viva a minha ignorância"), tento ir aprendendo com quem já sabe, arranjando as necessárias fontes de inspiração diárias.

Uma das coisas que fiz foi este altar com algumas das divindades que me inspiram a reconhecer as estas qualidades em mim.



Hanuman - Pela dedicação, o esforço e por ser um verdadeiro herói.
Lakshmi - Pela capacidade infinita de dar em abundância a todos.
Siva dancer, Nataraja- Siva por ser "O yogi", em forma de nataraja pela inspiração no movimento do universo


Assim sempre que vou praticar, meditar, preparar aulas ou estudar a minha vista é sempre esta, para que me possam continuar a inspirar sempre.

Namasté

PS: Vou juntar um ganesha ASAP.
PSS: As descrições das divindades que eu fiz acima são feitas de uma forma muito resumida de dizer aquilo que mais inspira nelas, o que não quer dizer que sejam a única representação possível. Cada uma delas tem uma história que merece ser conhecida por detrás, talvez num próximo post

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Anjo ou Mafarrico?



Esta é umas das minhas imagens preferidas.  Quem é que eu alimento hoje?


Pensemos no anjo como a libertação do sofrimento, e no mafarrico como pensamentos que nos trazem sofrimento. Escolhemos o que queremos alimentar. Isto é fácil de dizer, mas quando estamos num daqueles loops mentais em que nem os anjinhos entram, então fazê-lo não é nada fácil.

Estes loops vêm por vagas, há dias em que são mais fortes e nos apetece recorrer à violência e volto a recordar que para a nossa mente é indiferente se estamos a passar pela situação ao não, desde que a estejamos a viver, para a mente é real.

Então a pergunta é: Como é que eu posso lidar com isto?  Como é que voltamos à paz? Como é que o conflito interno passa, quando parece que vai durar para sempre?

1- Tudo passa. Acreditem que o que parece não ter solução ou fim, também passa. Só o facto de nos relembrarmos disso faz com que amenize um bocadinho mais.

2- Alimentem o anjinho do ombro. Vão fazer o que vos faz bem a longo prazo e não necessariamente o que vos faz sentir bem no momento.

3- Gastem essa energia a fazer algo criativo, ou até quem sabe um mergulho no mar. Ouvi dizer que cura tudo.

Quem escolhe o que vive aí dentro em permanência, não é a mente és tu. Quem tem a força, e a capacidade de escolher és tu.
 E quando as vagas menos positivas vierem faz como no verão: respira bem fundo, mergulha e emerge com aquela leveza e confiança de quem conseguiu ultrapassar mais esta.

"VITARKA BADHANE PRATIPAKHSA BHAVANAM"- Yoga Sutra 2.33
Quando perturbada por pensamentos negativos, devemos pensar em pensamentos opostos (positivos). Isto é pratipaksha bhavana.

Love you

Mafalda Sousa

PS: Este post é para o meu avô, que sabe-se lá porquê sempre me chamou de mafarrica. Love you

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Procrastinar



procrastinar
(latim procrastino, -are
Deixar para depois. = ADIAR, POSTERGAR, PROTRAIR ≠ ANTECIPAR


in http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=procrastina%C3%A7%C3%A3o

Costumo fazer listas de assuntos pendentes a tratar, e adoro quando começo a varrer "feitos" à frente de cada um dos itens. Mas há sempre alguns que embora possam ser prioridades vamos procrastinando na esperança de que se resolva por si. Como se um email ou uma carta nos correios se resolvessem auto-enviar. 

Tudo está certo, mas cada acção ou falta de acção gera um resultado ou falta dele. É simples e muito claro. Tudo o que fazemos e a maneira como o fazemos gera um resultado. (Bendita lei do karma)

O facto de não fazermos provoca em nós um peso de preocupação e um sentimento de tarefa por completar. Que parvoice viver assim! Parece que temos receio de não haver mais nada para fazer, como se fossemos pessoas de maior ou menor sucesso pela quantidade de de assuntos pendentes que temos. 
Amigos a vida é para viver sem pesos, despachemos o que temos a completar. Tá a andar. E não vale dizer que não há tempo para fazer isto ou aquilo, porque há. É uma questão de querer e fazer.

Assim a minha proposta de hoje é finalizar aquele assunto pendente que nos persegue há uns tempos. Assim que começarem numa as outras vêm tipo bola de neve e a listinha fica cheia de "feitos" pelo menos por hoje. Amanhã há mais. Life´s good. 


Namasté


PS: Deixem ir o procrastinador que vive aí dentro.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Missão Impossível



Lembram-se da Missão Impossível, sempre que recebiam uma missão aparecia no final "This message will self destruct in 5 seconds". Esta mensagem vai-se auto-destruir em 5 segundos.

E quando levamos com casquinhas de banana na vida? Quando nos aparecem as missões impossíveis do dia-a-dia?

 Durante a maior parte das nossas vidas entramos em modo auto-destrutivo com todo o género de desculpas. Frustados? Bebemos para esquecer. Tristes ou ansiosos? Comer ou deixar de comer? Em faltas emocionais? Chocolatinhos e muito açucar para as endorfinas voltarem por um instante.
E assim vamos vivendo a nossa vida. E acreditem que eu sou a última pessoa que pode julgar alguém nesta e nas outras matérias, fi-lo durante anos e libertar do padrão não é nada fácil.

Álcool, Drogas, Comida, Relacionamentos manhosos, tudo é desculpa para não enfrentarmos a dor e para a mascararmos. Não digo com isto que se apetecer beber um copo de vinho ou comer um chocolate ou qualquer um desses acima mencionados é errado ou pecado. Nada disso!

Só temos de ter consciência se o estamos a fazer porque realmente queremos ou se é para mascararmos algum sintoma emocional.

E essa espiral descendente de não querermos lidar com as emoções leva-nos ainda mais fundo e no fim de contas temos de lidar com elas na mesma.
Demorei anos para perceber esta e muitas vezes ainda caio em meia armadilha.

Assim se a vida vos trata mal, tratem-se bem! Quando as coisas correm mal, é mais uma razão para praticar mais yoga, meditar mais e estar com quem nos ajuda verdadeiramente a lidar com as situações. Se nos tratamos mal, como é que podemos esperar que a vida ou os outros nos tratem bem?


Vão correr, passear na praia, tomar um banho de espuma, ler um livro com conteúdo, aprender com alguém, vão a uma aula de yoga, pratiquem o processo consciente e quando estiverem no vosso centro as coisas adquirem uma outra qualidade. Aí percebemos que tudo está perfeitamente bem.

A diferença entre a opção auto-destrutiva e a consciente, não é muita porque no final só ficaremos bem quando estivermos em consciência de quem somos, sabendo que também isto vai passar.


Love you all

Namasté 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Tudo está bem!

As aprendizagens fazem-se por vagas. Vem uma onda e aprendemos, vem outra e aprofundamos até que o conhecimento faça parte integrante do que nós somos (há quem diga que já faz, mas vamos por partes).


Das coisas que eu mais amo na minha vida é a prática de Yoga, passados todos estes anos continuo a aprender. 

Cada vez que achamos que dominamos alguma coisa ásana (posturas físicas), pranayama (respiração), concentração (dharana) e até a meditação, descobrimos mais alguma coisa para aprender. Neste caso o Vedanta, ou o canto védico ou até alguns textos atribuídos a grandes professores. Há sempre mais algum mundo para descobrir na prática. 

Tal como na nossa vida não é? Há sempre mais alguma coisa que queremos, ou são as coisas materiais, ou são as experiências de vida que queremos acumular, ou são os ensinamentos, ou é o facto de acharmos que: "Quando eu conseguir aquilo, ou fazer aquilo ou estar com aquela pessoa, aí é que eu vou ter tudo para ser feliz e plena". 

É óptimo querermos tudo isso, mas aqui só temos de ter consciência de que não precisamos disso. Aliás, para os que como eu são mais limitados, precisamos de passar por elas para percebermos que também não é isso. 

Não vão ser as viagens, não vai ser uma relação, nem sequer aquilo que eu faço todos os dias, a única coisa que nos completa é saber que já somos completos, e a partir daí e com essa consciência vivemos a nossa vida de forma mais plena, viajamos e relacionamo-nos mas a partir do nosso centro. Com as normais expectativas e com a consciência de que já somos tudo aquilo que precisamos.

Tudo está bem exactamente como está!

Obrigado a todos o que me fazem viver isto todos os dias!!!

Namasté e um óptimo 2013

PS: E que nos possamos sempre lembrar disto...